Real Madrid x Borussia Dortmund - Vini Jr resgata a coroa de Campeão
- Marco Pereira
- 22 de out. de 2024
- 4 min de leitura
Atualizado: 25 de out. de 2024

Deve ser frustrante enfrentar o Real Madrid na Copa da Europa. É uma equipe indecifrável, capaz de dar o seu melhor quando está mais submetida. O Borussia Dortmund saboreou uma doce vingança na última final da Liga dos Campeões, vencendo por 0 a 2 até os 15 minutos do segundo tempo o time madrilenho, mas recebeu uma punição dura, típica de um time cheio de talento. Quanto mais impossível, mais estimulado fica o time do Real. Vinicius Junior abriu o placar madrilenho em mais uma reviravolta memorável construída em 30 minutos vibrantes, de coração puro, caminhando à beira do abismo. É a lenda branca!
É impossível ser coerente na história de uma partida como essa. O Dortmund chegou ao Bernabéu com o otimismo que vem da liderança e o ímpeto do seu novo treinador, Nuri Sahin, que durante uma hora encheu o coliseu madrilenho de dúvidas e vaias. Apesar das derrotas de Adeyemi e Couto, os alemães ofereceram no jogo todas as certezas que, hoje, o Madrid não tem. Ancelotti colocou todos os jogadores no aquecimento. Modric e Bellingham como interiores, descarregou todo o peso do retorno branco sobre Valverde, ciente de que teria que percorrer muito terreno em caso de contra-ataque. Por isso, durante meia hora, o Madrid não mordeu. Limitou-se a recuar sempre que o Dortmund circulava confortavelmente em seu campo de ataque, com Nmecha fazendo a ligação de ataque para as corridas de Vinicius ou Mbappé.
Em meia hora não houve um chute a gol. Um ataque do Dortmund pela direita destacou as deficiências do Real Madrid. Lucas saiu para fechar o meio, tentou chutar, Brandt roubou a bola, Guirassy segurou na área e deu um toque que foi suficiente para deixar Malen sozinho contra Courtois. O holandês marcou de forma eficaz. Como se o placar de 0 a 1 não entrasse em nenhum plano de jogo, o Real Madrid não reagiu e recebeu o segundo gol aos quatro minutos. Simples. Abertura pela direita para Malen, que segurou pela ponta e chutou para o meio para o encontro Bynoe-Gittens, na diagonal, ganhando a posição de Lucas. É fácil culpar o zagueiro, que já no primeiro jogo contra o Estugarda também não foi tão bem. É extremo. Não é uma solução para a lesão de Cavajal. Pelo menos, num nível defensivo.
Então sim, com o 0-2, o Real acordou e procurou logo marcar de forma rápida e vertical. Ele conseguiu marcar em três ocasiões: Rodrygo na trave, Bellingham na trave e um salto por cima da linha e um desvio elevado que Kobel acertou no escanteio. Eram 37 minutos e parecia um anúncio do furacão que o Real se tornaria, mas o Dortmund tinha mais corpo. Assim que recuperou a bola voltou a dominar até o fim do primeiro tempo indo para o intervalo com a torcida madrilenha em um coro de vaias.
A mudança de Ancelotti para voltar foi colocar Bellingham na esquerda. O Madrid aumentou a intensidade e dominou no campo adversário. Não dá pra entender o por que ele não fez isso desde o início. Ele ameaçou, forçando Schlotterbeck a se multiplicar. O Dortmund já não achava mais a bola, dando um passo letal já na primeira substituição. o zagueiro central (Anton) entrou por uma das alas (Bynoe-Gittens) e o time do Real encaixotou o adversário até vencer a partida. Se os alemães marcaram os seus dois gol em quatro minutos, o Real Madrid fez na metade do tempo. A primeira veio após movimentação pela direita que terminou nos pés de Mbappé. Após boa jogada ele se movimenta para a linha de fundo onde fez um passe extraordinário para cabeçada. Rüdiger apareceu para marcar o gol e incendiar o Bernabéu. Com a torcida ainda comemorando, o Dortmund recuou para a sua área, deixou Modric pensar e a vantagem desapareceu. O passe vertical deixou Mbappé sozinho, mas o francês demorou para chutar e foi travado, onde a bola sobrou para Vinicius Jr, que empurrou para as redes. Kovacs apitou impedimento para Kylian, mas Ryerson, do outro lado, anulou. Nova festa.
O Real Madrid soube aproveitar a efervescência do duelo com um chute de Mbappé, mas Brandt fez a defesa se livrando logo da bola para o campo adversário. Ele conseguiu surpreender em um contra-ataque que Courtois defendeu contra Bensebaini. Camavinga entrou no meio campo, jogando solto. Ele fez um passe ao estilo Luka para Mbappé que Kobel cortou de forma espetacular. Sahin colocou Can na ponta direita, fazendo dupla com Vinicius, com a intenção de ganhar superioridade no ataque. Vini Jr pediu a bola para vencê-lo em velocidade, e numa derrota do brasileiro no meio-campo foi possível fazer o 2 a 3, num contra-ataque que Courtois defendeu fechando as pernas a tempo. O Dortmund perdoou e o Madrid aplicou a lei do campeão. O Madrid fez a festa pela direita, Lucas procurou a barreira com Mbappé, o lateral sobrou no rebote e cruzou com violência. Retorno servido.
O melhor ainda estava por vir. Com o Dortmund derrubado, a recuperação coube ao ala esquerdo, linha do meio-campo do campo madrilenho. Aí começou a corrida de Vinicius Junior, dupla com Can, que jogou a toalha ao cruzar o meio-campo. Süle o confrontou, que recuou, o 7º virou para dentro e colocou pela direita, violento e cruzado. Puramente solto, como na extensão, ao dirigir outro contra-ataque, curto, toque a toque, até chegar à área e resolver com classe. Não terá futebol, mas o Real Madrid tem tanto talento que é capaz de ressuscitar.
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